quinta-feira, 28 de março de 2013

Solitário

[Autor Desconhecido]

Não me julgues.
Não tentes entender-me.
Sou como o vento
Não tenho destino.
Apenas passo...
Aproveita a brisa !

Não me prendas,
Não me possuas.
Sou como água,
Se preso, evaporo.
Mate apenas tua sede !

Não tentes guardar-me.
Não me aprisiones.
Sou como as flores,
Colhido, feneço.
Guarda-me o perfume !

Não me descrevas.
Não me modifiques.
Sou como um sonho,
Uma Ilusão.

Não me acompanhes,
Não tentes seguir-me!
Sou como um cometa, 
solitário.
Apenas admira-me...
Neste momento, então,
Serei Poeta.
Teu Poeta.

Bom dia; Boa tarde; Boa noite;

quinta-feira, 21 de março de 2013

Arrogancia


O conhecimento é um dom, mas também uma maldição, que, como uma fera insaciável, sempre busca mais e mais

Felizes são aqueles que se contentam com o pouco
Talvez não vitoriosos, mas com certeza, felizes
Pois a maior beleza da vida, não está em uma grande reflexão ou em uma equação geral
Mas sim, nos pequenos detalhes, que, ao buscar o sucesso, deixamos passar despercebidos
Vitoriosos somos nós? Talvez...
Mas não mais felizes que aqueles que observam os pequenos detalhes
Ou, pelo menos, não só graças ao conhecimento

Uma moeda; Duas faces; Uma escolha; Uma vida;
Não a desperdice!

Bom dia; Boa tarde; Boa noite;

quarta-feira, 20 de março de 2013

Cotidiano


Por debaixo dos panos, a vida acontece
Debaixo de cada pedra, uma lagarta (lenta e tranquila)
Entre cada fenda, uma flor (onde está o beija-flor?)
Dentro de um ônibus lotado, um sonhador
Que ao olhar o sol poente, se pergunta "onde esta o meu amor?"

Em meio ao tumulto das ruas, um passarinho canta (livre e despreocupado)
Sobre um muro alto, um gato preto observa os que ali passam (com desdem)
E aquele lá, imperceptível, quase invisível, se pergunta "será
que ela sabe?"

Com um chiclete no sapato e o cabelo bagunçado, ele segue seu rumo
Ouve o vento, o som das arvores, o canto dos pássaros
Senta num banco de praça, e, ao seu lado, um cachorro deita
Olha pra ele e se questiona (novamente)
"O que eu deveria?"

Bom dia; Boa tarde; Boa noite;

sábado, 16 de março de 2013

É loucura...


É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim um recomeço!

(O Pequeno Príncipe)

Bom dia; Boa tarde; Boa noite;

segunda-feira, 4 de março de 2013

Poeta


Não sou poeta
Não me considero poeta
Não escrevo sobre amores
Nem sonhos e nem anseios

Apenas descrevo o que vejo
Relato o que penso
Pondo-os em palavras e versos
Tentando esvaziar o meu peito

Não gosto de rimas forçadas
Nem de escrever por obrigação
Apenas transcrevo o que vejo (em minha mente)
Coisa que muitos chamam de inspiração
Pois, de que vale ver toda a beleza das coisas simples
E guarda-la pra si mesmo? Não é mesmo, Musa?

Não sei se isso é ser poeta
Se for, me contradisse logo de inicio
Então, eu sou!

Bom dia; Boa tarde; Boa noite;

sábado, 2 de março de 2013

Um momento de monotonia



E então, entediado, pegou sua bolsa e saiu da sala. Observou o horizonte pela janela do sexto andar por alguns instantes, enquanto tirava os óculos escuros da gola da camisa e os punha no rosto. Logo após, desceu.

Ao longo dos seis andares de degraus que descia - pois tinha claustrofobia e não gostava de elevadores - pensava em como seria sua vida dali a alguns anos, se seria programador, professor, artista gráfico ou, até mesmo, músico. Tudo muito confuso ainda.

Ao sair das escadas, olhou para a balconista, acenando com a cabeça, arrumou o cabelo e saiu do prédio.

Que estranho. No mínimo, incomum. A avenida, constantemente movimentada, à frente da sua escola estava silenciosa, como se todos os carros tivessem sumido. O único barulho presente, era o dos pés das pessoas que esperavam por algum ônibus na parada do outro lado da rua e o canto abafado de alguns poucos passarinhos que voavam por ali.

Aquele barulho... Que doce melodia! Não o do canto dos pássaros, mas o dos inconstantes passos na parada que, em momentos comuns, estaria caoticamente movimentada e barulhenta, com pessoas conversando, carros passando, ônibus parando e inúmeros passos apressados atrás destes. Mas naquele momento, era diferente, era algo agradável.

Seguiu rua abaixo, enquanto tentava reconhecer o som dos pássaros ou escutar o barulho de algum veículo que passasse por ali. Estava tudo tão calmo, que sentia-se seguro até em cruzar a rua sem observar se havia algum carro ou não, embora o fizesse e comprovasse a monotonia do local. Ao caminho da parada, admirava cada uma das poucas árvores por que passava. Tão altas, velhas e formosas, como as dos filmes que assistia, com galhos grossos e baixos, copa cheia e tronco quase da largura da calçada.

Quase que em transe com aquela sinfonia silenciosa, eis que surge o primeiro barulho! Um ônibus - seu ônibus - e outro, e mais outro. Aquelas enormes máquinas móveis pareciam grandes feras dóceis em um mundo inerte de concreto. Olhou-os por um tempo e sorrio, imaginando os inúmeros lugares e as incontáveis histórias por onde aqueles e os outros que vinham já haviam presenciado - e também, de maneira irônica, por ter perdido seu ônibus.

De repente, um vento frio toca seu rosto, forçando-o a fechar os olhos por causa dos grãos de areia que soprava.

-Atchin!

Sem entender o motivo do espirro, ja que não estava gripado e nem a constante coriza o perseguira nesse dia, pegou o lenço do bolso e passou no nariz coçando-o, como de costume, para evitar que espirrasse novamente.

Após guardar o lenço, deu um sorriso torto, olhou para os lados - ato que ja se tornava necessário - e, após os carros passarem, cruzou a larga rua olhando para o céu em busca da lua, mesmo sabendo que era cedo demais para esta esta lá. Seguiu seu caminho, não mais admirando as grandes e velhas arvores, mas as muitas plantas que cresciam nas faixadas dos prédios antigos e abandonados, quase em ruínas, ao seu lado.

Mal se deu conta, já estava quase na parada. Ao chegar no final da calçada, o sinal fechou. Dessa vez, cruzou a rua olhando para o lado, não a fim de tomar cuidado com o fluxo de carros, mas para ver o horizonte acima do teto baixo da estação de trem, que se encontrava em uma área menos elevada, ao lado do rio.

Após mais alguns metros, chegou ao seu destino. Encostou-se em uma das colunas que sustentavam os tetos das paradas e esperou o ônibus, enquanto olhava para as pessoas que estavam no local e para a praça à sua frente.

Bom dia; Boa tarde; Boa noite;